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Cotidiano Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2023, 08:11 - A | A

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Saúde

Bela Vista e Amambai implementam piso salarial da enfermagem

Municípios seguiram exemplo de Jaraguari e de clínica particular de Dourados

Rogério Vidmantas
Capital News

Divulgação/Coren-MS

Enfermagem Coren

Profissionais de enfermagem da clínica particular, localizada em Dourados, celebram o pagamento do piso

O piso salarial para os profissionais de enfermagem, lei aprovada e sancionada no fim do ano passado, vai, aos poucos, sendo implantado na saúde pública do Estado. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS), depois de Jaraguari, agora Bela Vista, cidade que faz fronteira com o Paraguai, e Amambai, na região sul, implementam a medida. Em Dourados, uma clínica particular seguiu o exemplo. 

 

As prefeituras informaram que as fontes de custeio foram reajustadas no exercício de 2022, quando o piso tornou-se lei constitucional. A secretária de Saúde de Bela Vista (324 km de Campo Grande), Cleusa Chucarro, esclarece que o piso ajudou acabar com um problema que se arrastava há anos. “Nossos profissionais estavam com salário muito abaixo. Foi preciso criar plano de cargos, salários e carreira aos profissionais”, declara.

 

O salário anterior dos enfermeiros era de R$ 3.364,00 passou para R$ 4.750,00. Técnico de enfermagem de R$ 1.344.00 para R$ 3.325,00, e auxiliar de enfermagem R$ 1.254,00 para R$ 2.375,00. No município, a enfermagem é formada por 92 profissionais, da rede pública atua na Atenção Básica e no hospital São Vicente de Paula, que está sob intervenção da prefeitura.

 

Lei municipal em Amambai

 

Quando o piso foi sancionado em agosto de 2022, Amambai (352 km de Campo Grande) iniciou as tratativas para o pagamento. Mesmo com a suspensão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o município foi um dos primeiros a se adequar por meio de legislação municipal. A Câmara Municipal aprovou, no dia 22 de agosto, lei que dispõe sobre plano de cargos e salários dos servidores de nível médio.

 

A decisão beneficiou principalmente os técnicos de enfermagem, o mínimo salarial deixou de ser R$ 1.908.52 para R$ 3.325.00, 74% de reajuste. Para enfermeiros do município não houve adequações já que já recebem acima do piso definido na lei. Amambai possui 259 profissionais de enfermagem que atuam em nove unidades de saúde, no laboratório e na vigilância sanitária.

 

Clínica particular

 

Na clínica Kurativa Clínica de Prevenção e Tratamento de Feridas de Dourados (a 228 km de Campo Grande), a iniciativa partiu da sensibilidade da proprietária. A enfermeira, dra. Rosangela Midori Noguti Dinizz, enfrentou com demais colegas a pandemia, período difícil em que observou o desgaste dos profissionais pela carga emocional por estar na linha de frente da covid-19.

 

“Pagar o piso mesmo com a suspensão da lei, foi por acreditar na categoria, tão desvalorizada na Saúde. Teve a pandemia, perdi muitos colegas de profissão, e vi muito sofrimento e dor. E após a pandemia, observei a equipe mais cansada, sentindo o peso do trabalho e a desvalorização como remédio amargo a ser ingerido. Acredito que quem lidera uma empresa, seja pequena ou grande deve acreditar que na equipe de saúde não existe hierarquia entre as profissões, existem profissionais engajados para cuidar do outro. Assim, eu desejei honrar o compromisso, mesmo com dificuldade por ser uma pequena empresa, de dar ao profissional a valorização e respeito que merecem”, afirma Midori.

 

Outros municípios

 

O presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião Duarte, enfatiza que o conselho vem conversando com gestores e vereadores, principalmente os profissionais de enfermagem que ocupam cargos no legislativo e executivo, na intenção de que mais municípios implementem o piso salarial para os profissionais de enfermagem. “É lei, várias localidades no país já pagam conforme estabelecido e é justo tratar com dignidade os profissionais de enfermagem”, defende Sebastião.

 

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