Novo modelo de comercialização de ovinos criado no Mato Grosso do Sul ganha subsídio do Embrapa. Intitulado Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate (PDOA), o projeto recebe animais de diversas propriedades do estado e se responsabiliza pelo seu embarque para frigoríficos.
Somente no ano de 2019, o sistema movimentou a maior quantidade de animais dos últimos cinco anos: 1.510 cordeiros. Nos anos anteriores, essa quantidade variou entre 1.100 e 1.460 animais.
A idéia é decorrente de uma parceria entre setores público e privado e surgiu como necessidade de solucionar uma problemática da região, que é a estrutura para comercialização dos animais. O Estado é o nono maior rebanho de ovinos do País, com quase oito mil propriedades, mas ainda possui poucos estabelecimentos rurais capacitados para produzir em larga escala para atender ao mercado consumidor.
Segundo o pesquisador Fernando Reis, do Núcleo Centro-Oeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, o modelo tem a capacidade de superar obstáculos como a pulverização dos rebanhos no estado, que acaba dificultando a formação de lotes para transporte ao frigorífico.
“Pode-se destacar que a PDOA se tornou uma ferramenta que tem possibilitado não somente a viabilização comercial dos animais criados por pequenos produtores, como tem conscientizado para melhoria da produção, padronização e oferta de acordo com as exigências do mercado”, completou.
Conforme dados do Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso do Sul possui 7.783 estabelecimentos agropecuários com criação de ovinos para um rebanho de 271.326 cabeças, o que resulta, em média, 35 animais por fazenda.