Após indígenas dos povos Guarani Kaiowá retomarem, novamente, parte do território de Guapoy, no município de Amambai (MS), policiais militares e fazendeiros invadiram a área, na manhã desta sexta-feira (24), no intuito de expulsar os indígenas. Os policiais não tinham ordem judicial.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, até o momento, há relatos de que os policiais dispararam tiros de bala de borracha contra os indígenas, deixando ao menos seis feridos, dois deles foram deslocados para a capital do estado, Campo Grande (MS). Também há informações de que haveria policiais feridos.
Apesar de estar circulando relatos de que há dois indígenas mortos, ainda não há uma confirmação.
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Na noite da última quinta-feira (23), o clima já era de tensão e a ação da polícia e dos fazendeiros era esperada pelos indígenas. Diante das informações dos feridos, do contingente populacional local e do histórico de violência na região, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) teme que a situação evolua rapidamente para um novo episódio de massacre contra os Guarani Kaiowá, como o ocorrido em 2016, em Caarapó (MS).
A reserva de Amambai é a segunda maior do estado de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas.
Para os Guarani Kaiowá, Guapoy é parte de um território tradicional que lhes foi roubado – quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai. Os indígenas clamam atenção, exigem proteção às suas vidas e seus direitos.
O Ministério Público Federal confirmou, na tarde desta sexta-feira (24/6), que a Polícia Federal irá se deslocar até Guapoy.